Por que os estudantes colam? Como apoiar alunos em situação de risco

“Por que os estudantes colam?” Essa é uma pergunta recorrente entre educadores e instituições que buscam fortalecer a cultura de integridade acadêmica.

A cada novo semestre, recebemos em sala (presencial ou virtual) uma nova turma de alunos. Começamos do zero: estabelecemos objetivos claros de aprendizagem e expectativas definidas. Ainda assim, sabemos que muitos estudantes cometerão algum tipo de infração acadêmica ao longo do ano. Mas por quê? E o que podemos fazer para identificar esses alunos e ajudá-los a desenvolver uma conduta mais íntegra? A seguir, algumas respostas.

Por que os estudantes colam?

Os motivos são variados — e nem sempre são os que esperamos. Pressão acadêmica, prazos curtos, satisfação com o curso, relação com professores e domínio do idioma são apenas alguns dos fatores que influenciam esse comportamento.

Algumas razões comuns para a cola incluem:

  • Falta de senso de valor no trabalho proposto
  • Sentimento de merecimento de boas notas (Simmons, 2018)
  • Auto-sabotagem (McKay, Williams e Stewart, 2023)
  • Cultura escolar altamente competitiva
  • A percepção de que “todo mundo faz” (pesquisa da Turnitin)
  • Sobrecarga emocional ou crise pessoal (Subin, 2021)
  • Falta de conhecimento sobre o que constitui integridade acadêmica (Gugapriya, Kumar e Karunakaran, 2023)
  • Falta de punições eficazes / percepção de impunidade
  • Depressão e/ou ansiedade (Lodhia, 2018)
  • Traços pessoais associados à desonestidade acadêmica (Wang e Zhang, 2022)

Não se trata apenas de querer um atalho para o sucesso — embora esse seja um dos motivos. Pesquisas mostram que alguns estudantes têm maior propensão à desonestidade e são menos sensíveis ao risco de serem descobertos. A verdade é que muitos que colam estão enfrentando dificuldades emocionais ou acadêmicas. A boa notícia é que isso pode ser mitigado com intervenção pedagógica e ajustes curriculares.

Como são os estudantes que colam?

Embora muitos professores tentem “identificar coladores”, não há um perfil óbvio. Não é possível olhar para a sala e apontar quem está usando IA indevidamente, comprando trabalhos ou utilizando ferramentas para driblar a detecção de plágio.

Estudantes que colam podem ser:

  • Alunos com alto desempenho e alunos com baixo desempenho
  • Estudantes internacionais e estudantes locais
  • Estudantes de grupos historicamente marginalizados e de contextos privilegiados

Eles estão sob pressão, lidando com expectativas altas, múltiplos idiomas e diversos obstáculos pessoais e acadêmicos.

Os alunos sabem que estão colando?

Essa é uma questão delicada para os professores. Apesar dos esforços em educar os alunos sobre integridade, os limites parecem cada vez mais difusos.

Ferramentas de IA fazem tarefas com um clique, redes sociais promovem atalhos acadêmicos e empresas de venda de trabalhos continuam explorando estudantes vulneráveis. Não é de se admirar que os estudantes se sintam confusos, pressionados e tentados — o que ajuda a explicar o aumento no plágio.

Mesmo quando sabem que estão colando, muitos entram em negação.

O pesquisador Dr. David Rettinger explica que os alunos não querem se ver como imorais. Muitas vezes, racionalizam seus atos como legítimos — por exemplo, ao não enxergar valor na tarefa (Simmons, 2018). Ou seja, podem não considerar que estão colando, mesmo quando os professores veem claramente esse comportamento.

Quais os benefícios de identificar e apoiar estudantes em risco?

Apoiar esses alunos é uma forma proativa de combater a desonestidade acadêmica e melhorar os resultados educacionais — tanto para os estudantes quanto para as instituições e a sociedade.

Os alunos em risco nem sempre são fáceis de identificar, mas os fatores de risco — como desconexão com os estudos, estresse e pressão — são. Reduzir esses fatores ajuda a prevenir condutas desonestas, e intervenções precoces trazem diversos benefícios:

  • Melhora do desempenho acadêmico: Ao tratar as causas da cola, os alunos podem recuperar a confiança, retomar o engajamento, desenvolver pensamento crítico e conquistar domínio real dos conteúdos.
  • Redução de infrações acadêmicas: Com o suporte adequado, o número de casos de cola e plágio tende a cair — o que fortalece a reputação institucional e reduz os custos associados à evasão e punições.
  • Benefícios sociais e econômicos: Formar profissionais éticos em áreas críticas (como medicina, engenharia e direito) protege a sociedade. Além disso, habilidades como pensamento crítico fomentam a inovação.

Compreender por que os estudantes colam ajuda a resolver o problema

Saber os motivos por trás da cola permite traçar estratégias eficazes para combatê-la. Por exemplo:

  • Falta de consciência do que é cola → melhorar a educação sobre integridade
  • Baixo domínio do idioma → apoio extra para estudantes não-nativos
  • Pressão familiar ou cultural → reforçar o suporte emocional e pedagógico
  • Falta de vínculo com professores → investir em relações de confiança em sala
  • Impunidade percebida → reforçar ações contra desonestidade
  • Insegurança sobre como progredir → oferecer orientações claras e progressivas

Como ajudar os estudantes que colam a retomar o caminho?

Educar sobre o que é desonestidade acadêmica A clareza sobre o que constitui cola é essencial. Quanto mais consciência os alunos tiverem, menor a chance de justificarem atalhos. A educação sobre integridade deve mostrar o valor do aprendizado em si, não apenas das notas — e promover o desenvolvimento de uma ética pessoal (Janinovic, Pekovic e Vuckovic, 2024). A Turnitin oferece recursos como Achieving Academic Integrity para esse fim.

Reconhecer diferenças culturais A ideia de integridade acadêmica está alinhada a valores ocidentais. Estudantes internacionais podem enfrentar dificuldades ao se adaptar, especialmente quando sua reputação pessoal está em jogo. Aqueles que estudam em outra língua precisam de apoio extra para lidar com a alta exigência e pressão.

Oferecer apoio estruturado (scaffolding) A introdução de tarefas e conceitos de forma gradual ajuda alunos vulneráveis a desenvolverem novas competências sem o medo constante de falhar. Isso reduz a ansiedade e fortalece a aprendizagem.

Estar atento aos sinais e ouvir os alunos Estudo da Harvard School of Education destaca que os alunos valorizam professores que escutam e respondem às suas necessidades. Eles desejam apoio integral para manter comportamentos éticos e alcançar seus objetivos.

Fortalecer relações em sala de aula Um ambiente acolhedor, com senso de pertencimento, reduz a propensão à cola. Quando os alunos sentem que seus professores se importam, desenvolvem maior motivação interna e persistência.

Melhorar o desenho das avaliações Avaliações frequentes, com baixo peso e espaço para erro (formativas), ajudam os alunos a aprender com seus erros e a seguir progredindo. Elas também fornecem dados valiosos aos professores sobre o desenvolvimento dos estudantes. Diversificar os formatos também contempla diferentes estilos de aprendizagem.

Promover uma cultura institucional de integridade Combater o “todo mundo faz” exige uma cultura visível de integridade acadêmica. Isso inclui códigos de honra, definições claras, e o uso de ferramentas como a Turnitin para detectar plágio e reforçar a honestidade.

Dar poder aos professores para agir Softwares como o Turnitin Originality ajudam professores a identificar possíveis infrações com base em dados, oferecendo confiança e evidências para dialogar com os alunos — além de permitir que os próprios estudantes corrijam plágios não intencionais antes que o problema cresça.

Em resumo: por que os estudantes colam?

Com as estruturas certas de apoio e um ambiente que valorize o aprendizado real, os educadores podem ajudar os alunos a focar no que realmente importa: aprender. Assim, as soluções fáceis — como colar — deixam de ser uma opção viável ou atraente.

Saiba mais em: https://www.turnitin.com/blog/what-does-a-cheater-look-like-how-to-help-at-risk-students


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