Por que errar é uma etapa importante para um projeto STEM

Especialista explica como as falhas fazem parte do processo de aprendizagem, tanto para estudantes quanto para professores.

Na aprendizagem baseada em projetos, estudantes colocam a mão na massa para desenvolver soluções para problemas reais. É uma metodologia que se baseia na pesquisa e estimula competências socioemocionais, como o pensamento crítico, a criatividade e a comunicação. Mas também envolve enfrentar desafios e perder o medo de errar.

A especialista peruana Alexandra Infante Perales explica como os erros podem ser “uma porta de entrada para ensinar habilidades de resolução de problemas”. Ela é cofundadora e presidente-executiva do IKIGAI, um laboratório social focado no desenvolvimento de programas corporativos de responsabilidade social, parceiro técnico do programa Samsung Solve for Tomorrow no Peru.

O programa atua globalmente para fortalecer o interesse de jovens na área STEM  (Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática). Ao participar, estudantes e professores são convidados a identificar um problema, pensar cientificamente sobre suas causas e possíveis respostas e elaborar um protótipo para uma solução.

Histórias inspiradoras sobre a iniciativa em toda a América Latina estão disponíveis na plataforma Samsung Solve for Tomorrow Latam, da qual o Porvir é parceiro, coordenando a produção e a disseminação de conteúdo em português, espanhol e inglês (confira os detalhes ao final do texto).

Errar para chegar a uma solução

De acordo com Alexandra, é importante motivar os alunos a encontrar soluções para os desafios enfrentados em seus projetos. “Esse é o primeiro passo para propor um projeto que contribua para a comunidade. É essencial ‘sentir’ os problemas antes de ‘imaginar’ possíveis soluções. Os alunos devem ver seu valor como agentes de mudança no ambiente em que vivem”, diz.

E, para isso, precisam perder o medo de errar. “Crie um clima na sala de aula onde os alunos se sintam seguros para cometer erros. Parabenize aqueles que tentam coisas novas, mesmo que o resultado não seja o esperado. Isso pode motivar outros a participarem sem medo”, recomenda.

Foi com essa mentalidade que estudantes argentinos conseguiram criar o “Innova – Una sociedad inclusiva” (Innova – Uma sociedade inclusiva, em português). O projeto usa impressão 3D para criar teclas em braille e inseri-las em teclados de computadores, como uma ferramenta de acessibilidade de baixo custo. No entanto, como a equipe não encontrou um padrão de teclas específico específico, precisou testar diversas opções até chegar a um resultado final que agradasse ao usuário. A iniciativa foi finalista em 2023 do programa Solve for Tomorrow na Argentina, Uruguai e Paraguai.

Aprender a crescer com as falhas

Alexandra observa que aprender a lidar com o fracasso ou o erro de maneira construtiva ajuda a desenvolver resiliência e perseverança. “Estudantes que aprendem a persistir diante da adversidade e a ver os erros como oportunidades de aprendizado desenvolvem uma mentalidade de crescimento”, reflete.

Ela destaca a importância de inspirar os alunos a não verem os fracassos como definitivos, mas como novas oportunidades. “A única maneira de chegar à solução correta é experimentando”, conclui a empreendedora social.

Foi essa lição que quatro estudantes do 3º ano do ensino médio técnico em São Paulo do Potengi (RN), aprenderam. A equipe desenvolveu o projeto “SPP Sustentável“, vencedor da votação popular do Solve for Tomorrow em 2023, no Brasil. Antes de se inscreverem no programa, participaram de competições internas e apresentaram sua ideia. Eles ficaram em segundo lugar em uma competição universitária, mas receberam críticas negativas que geraram inseguranças. No entanto, o incentivo de um professor fez os estudantes melhorarem os pontos criticados e não se darem por vencidos.

Saiba mais em: https://porvir.org/errar-e-etapa-para-um-projeto-stem/


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