Para aqueles com diferenças, dificuldades ou deficiências de aprendizagem, uma sala de aula remota e sem estrutura pode ser um ambiente opressor e pouco ideal para o aprendizado. Assim como em uma sala de aula física, os alunos se beneficiam de acomodações bem pensadas para alcançar o sucesso. Ativar legendas em vídeos, usar um tamanho de fonte maior ou um fundo colorido diferente do branco em e-mails e descrever elementos visuais nas aulas são apenas algumas práticas que aumentam a acessibilidade antes mesmo do início das lições.
No entanto, acessibilidade não é apenas um item a ser marcado em uma lista. Com a inclusão como objetivo, a acessibilidade pode – e deve – ser um estado de espírito. Neste artigo, exploraremos práticas que os educadores podem adotar para apoiar melhor as diferenças de aprendizagem em um ambiente de ensino remoto.
Os educadores não precisam ter um entendimento científico profundo sobre cada diferença de aprendizagem. No entanto, como é provável que encontrem alunos com essas condições, é importante que tenham uma compreensão básica sobre elas. O termo "diferença de aprendizagem" refere-se a uma condição neurológica que pode afetar a forma como uma pessoa processa informações. Algumas das diferenças mais comuns incluem:
Um equívoco comum sobre diferenças de aprendizagem é que elas estão relacionadas à inteligência, mas isso não é verdade. Embora os casos possam variar de leves a graves, ter uma diferença de aprendizagem significa simplesmente que o cérebro de alguém funciona de maneira diferente dos demais. Essas diferenças também são relativamente comuns; pesquisadores estimam que cerca de 5% das crianças em idade escolar no mundo tenham algum tipo de diferença de aprendizagem.
Não há uma conclusão definitiva sobre o que causa essas diferenças nos processos neurais, mas especialistas acreditam que fatores como desenvolvimento cerebral, influências genéticas e efeitos ambientais estão entre as principais causas.
Ter um entendimento básico dessas diferenças e de termos comuns ajudará os professores não apenas a adaptar a instrução para ser mais inclusiva, mas também a evitar, mesmo que sem querer, envergonhar alunos que lidam com essas condições.
Depois de compreender melhor as diferenças e os transtornos de aprendizagem mais comuns, o passo mais eficaz para apoiar esses alunos é criar um senso de estrutura logo no início da aula. Alunos com diferenças de aprendizagem geralmente se beneficiam de um cronograma que lhes permite se preparar para o que está por vir; estrutura e rotina podem, na verdade, ajudar a desenvolver maior flexibilidade. Além disso, um ambiente estruturado também beneficia outros alunos, pois reduz a ansiedade, favorecendo o aprendizado e minimizando problemas de comportamento.
Estabeleça regras para sua sala de aula virtual semelhantes às da sala de aula física, como horário de início e término, formas de participação e expressões comuns utilizadas. Regras claras ajudam alunos que podem se sentir desorientados ao entrar no ambiente remoto. Incluir imagens associadas a cada regra no seu plano de ensino e revisá-las periodicamente pode servir como um lembrete visual para os alunos sobre o que esperar e o que é esperado deles ao longo do curso.
A gestão do tempo também é um componente crucial do aprendizado remoto, independentemente do estilo ou da capacidade de aprendizagem dos alunos. Incentivar a organização proativa – especialmente durante provas e exames finais – pode empoderar todos os estudantes.
Embora essas expectativas possam precisar de ajustes conforme o semestre avança, pelo menos os alunos que necessitam de uma estrutura adicional terão uma base sólida sobre a qual se apoiar.
Pesquisas indicam que alunos eficazes criam feedback interno e rotinas cognitivas enquanto realizam tarefas acadêmicas. Butler e Winne (1995) descobriram que, para todas as atividades autorreguladas, o feedback é um catalisador essencial: “À medida que os alunos monitoram seu envolvimento nas tarefas, um feedback interno é gerado pelo processo de monitoramento, descrevendo os resultados e as qualidades dos processos cognitivos que os levaram a esses estados.”
No entanto, observou-se que alunos menos eficazes geralmente têm estratégias mínimas de autorregulação e dependem muito mais de fatores externos, como a tarefa em si ou o professor, para obter feedback. De acordo com Hattie e Timperly (2007), “Eles raramente buscam ou incorporam feedback de maneiras que aprimorem seu aprendizado futuro ou estratégias de autorregulação.”
Para alunos com diferenças de aprendizagem, o feedback explícito é essencial para atingir os objetivos de aprendizagem e manter o engajamento. Isso é especialmente importante em um ambiente digital, onde pistas presenciais, como linguagem corporal ou contato visual, estão ausentes. Embora as oportunidades para interagir diretamente com os alunos sejam mais complexas no ensino remoto, elas não são impossíveis.
Os educadores devem fornecer feedback sobre as atividades o mais rápido possível, garantindo que os alunos compreendam se estão no caminho certo. Vá além de um simples “Bom trabalho!” e ofereça um retorno que seja acionável e específico, dando direções claras sobre como melhorar. Até mesmo uma mensagem privada em uma videochamada pode ajudar a redirecionar comportamentos ou aumentar o foco e o engajamento dos alunos.
Criar uma conexão com os alunos deve ser uma meta principal nas primeiras semanas do semestre e após os recessos. Aprenda seus nomes e interesses. Reserve alguns minutos no início das aulas para interações mais informais. Construir esses relacionamentos, mesmo por meio de dinâmicas de quebra-gelo, é uma estratégia eficaz para estabelecer vínculos que podem ser úteis caso surjam desafios ao longo do curso.
Um e-mail direto fora da comunicação oficial da disciplina para verificar como os alunos estão se saindo pode fazer muita diferença, além de ser uma oportunidade para oferecer informações e suporte personalizados. Manter contato com famílias e cuidadores também pode ser uma forma eficaz de fornecer feedback e oferecer orientações adicionais, caso necessário.
Esta dica pode parecer contraditória em relação à primeira (consistência! expectativas!), mas, na verdade, ambas são compatíveis. Depois de estabelecer uma rotina para sua aula online, compartilhar e esclarecer expectativas e realizar check-ins individuais, você criou uma base sólida para a flexibilidade.
Alunos com diferenças de aprendizagem, que normalmente precisam de mais tempo para realizar provas ou de diferentes abordagens para entender um conceito, podem precisar ainda mais de tempo e espaço para concluir suas tarefas em um ambiente digital. Algumas formas de acomodação incluem: oferecer um “menu” de opções de avaliação, permitindo que os alunos demonstrem domínio do conteúdo por meio de redações, músicas ou até mesmo construindo um site.
Os professores também podem antecipar conteúdos para alunos que precisam de mais tempo para absorver a matéria, enviando e-mails na noite anterior com exemplos de problemas ou tópicos da discussão do dia seguinte. Além disso, permitir múltiplas datas de entrega para um projeto pode ajudar os alunos a enviar rascunhos, receber feedback e fazer melhorias antes da entrega final.
Mesmo que você já tenha estruturado um ambiente de aprendizagem inclusivo, pode ser útil reavaliar periodicamente o funcionamento da sala de aula. Permitir que os alunos respondam a questionários anônimos pode fornecer insights valiosos sobre onde ajustes são necessários.
Diferenças de aprendizagem são comuns, e muitos professores não recebem treinamento profissional antes de encontrá-las na sala de aula. Em um mundo cada vez mais híbrido, educadores devem planejar proativamente como apoiar esses alunos, especialmente em ambientes remotos, onde o isolamento pode ser mais acentuado.
Estabelecer regras, oferecer feedback personalizado e manter flexibilidade criativa são estratégias fundamentais para apoiar estudantes com diferenças de aprendizagem no ensino digital.
Saiba mais em: https://www.turnitin.com/blog/how-to-support-learning-differences-in-remote-classrooms
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