A colunista Amábile Pacios traz à tona uma reflexão sobre a atual relação entre formação de professores e uso de IA generativa
Discutir a formação de professores nunca foi tão urgente. O tema ganha cada vez mais espaço em debates, mídias e redes sociais, mas a pergunta que devemos fazer é: a formação docente está, de fato, no centro das nossas prioridades? Se a educação é o caminho para o desenvolvimento do Brasil, a formação de professores é o alicerce essencial dessa jornada.
Essa formação se divide em dois eixos fundamentais: inicial e continuada.
A formação inicial já possui diretrizes definidas pela Resolução do CNE, homologada pelo ministro da Educação, Camilo Santana. No entanto, essas diretrizes ainda passarão por ajustes, especialmente à medida que questões como a legislação sobre Educação a Distância (EAD) forem resolvidas.
A formação continuada, por sua vez, tem sido conduzida pelas redes de ensino públicas e privadas, que promovem capacitações anuais para atualização dos docentes. No entanto, diante das constantes transformações na forma como pensamos e aprendemos, ambas as modalidades de formação precisam de revisões e aprimoramentos contínuos.
Se pensamos de maneira diferente, aprendemos de forma diferente. Essa mudança tem impacto direto na sala de aula: os planos de ensino de um ano já não servem necessariamente para o ano seguinte. A evolução das pesquisas e descobertas sobre o aprendizado exige a adaptação constante de técnicas, estratégias e metodologias.
Isso nos leva a um questionamento central: como devemos reorganizar o ensino diante da mudança na construção da aprendizagem?
A resposta passa pela atualização frequente das práticas pedagógicas. A cada ano, novos estudos revelam abordagens mais eficazes, algumas substituindo métodos anteriores, outras complementando-os. Além disso, compreender como o cérebro aprende é fundamental para a docência no século XXI. A neurociência educacional tem demonstrado que o processo de aprendizado está em constante transformação e, agora, a inteligência artificial (IA) generativa entra como mais um fator a ser incorporado às práticas pedagógicas.
Não há mais como conceber o ensino sem considerar o impacto da IA na educação. Ferramentas baseadas em IA generativa, capazes de produzir textos, imagens e até análises, já fazem parte do cotidiano de alunos e professores. Trata-se de um caminho sem volta: a IA precisa ser integrada à sala de aula como aliada da aprendizagem, e não como um elemento externo ou ameaçador.
Essa integração, porém, exige planejamento e formação adequada. Os professores que hoje estão em exercício não tiveram, em sua formação inicial, acesso às metodologias baseadas em IA. Isso significa que precisam aprender a utilizá-la ao mesmo tempo em que ensinam.
No entanto, esse processo não pode ser improvisado. Incorporar a IA generativa à prática docente requer uma decisão estratégica no âmbito da gestão pedagógica, partindo das direções e coordenações das escolas. Uma vez tomada essa decisão, deve-se garantir a formação dos professores para que compreendam a IA não como um desafio, mas como uma ferramenta que facilita e aprimora o ensino.
Esse acompanhamento é essencial. Ao eliminar receios e familiarizar os docentes com a tecnologia, a IA deixa de ser vista como um obstáculo e passa a ser um recurso valioso para o planejamento de aulas, a personalização do ensino e o desenvolvimento de novas metodologias.
A formação docente não pode mais ser um processo estático. Ela precisa acompanhar o avanço do conhecimento e as novas possibilidades trazidas pela tecnologia. O maior desafio do professor hoje é justamente esse: manter-se em constante aprendizado para ensinar melhor. E, com o apoio da IA, esse desafio pode se tornar uma oportunidade para enriquecer o ensino e ampliar a qualidade da aprendizagem.
Saiba mais em: https://www.turnitin.com/blog/turnitin-clarity-bringing-transparency-to-the-student-writing-process
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