Como criar tarefas 'à prova de IA'

Em vez de evitar a tecnologia, os educadores devem orientar os alunos a usá-la de forma responsável para ajudar a concluir as tarefas, afirma um especialista em inovação educacional.

Com o uso da inteligência artificial nas escolas se proliferando rapidamente, os educadores estão buscando formas de garantir que os alunos criem seu próprio trabalho, em vez de depender da tecnologia. O risco? As habilidades de pensamento crítico, de acordo com um estudo recente da Universidade Carnegie Mellon e da Microsoft Research.

Uma das melhores maneiras de ajudar os alunos a usarem a IA de forma eficaz, sem depender dela para fazer todo o trabalho, é sentar diretamente com os educadores que os ensinam, afirmou Danny Liu, professor da Universidade de Sydney, na Austrália. Dois anos após o lançamento do ChatGPT, Liu afirmou que a ideia de "proteger" as avaliações contra a IA não funciona mais. Quanto mais rápido as pessoas no campo educacional aceitarem esse fato, mais rapidamente poderão começar a entender como usar a IA, em vez de pensar em maneiras de evitar a tecnologia.

Os educadores têm alguma responsabilidade em desenvolver um currículo que funcione em conjunto com a IA, disse Liu, que também faz parte da Equipe de Inovação Educacional no Escritório do Vice-reitor de Educação da universidade. "Os alunos já estão usando IA", disse ele. "É nosso trabalho, como educadores, ajudá-los a usá-la melhor, de formas que os ajudem a aprender e a se desenvolver como indivíduos e líderes — não para substituir isso."

Liu observou que o design de avaliações pode mudar e incluir conversas 1:1, onde os alunos interagem com educadores em um cenário "face a face", em vez de fazer exames e testes tradicionais. Na Universidade de Sydney, ele ajudou a coautorizar um guia sobre como desenvolver avaliações que reconheçam o fato de que a IA é uma ferramenta que não está desaparecendo. O guia orienta os educadores sobre como usar a IA ao desenvolver essas avaliações.

Por fim, Liu disse que os professores devem trabalhar com seus alunos em diferentes abordagens que incorporem a IA, em vez de evitá-la ou ignorar seu uso crescente nas escolas, no trabalho e além. A IA, afirmou Liu, será tão onipresente no futuro "quanto a eletricidade faz parte da nossa realidade atual". "Portanto, os educadores devem incentivar os alunos a se engajarem com a IA de maneira responsável e produtiva, de forma pensada, como parte das aulas e do currículo", completou.